A chegada de uma nova vida gera muita felicidade, porém acompanhada de muitas dúvidas, principalmente quando essas questões são sobre o futuro do seu bebê.

Consultas, médicos, ultrassons, exames de rotina, pré-natal são parte do acompanhamento intenso sobre o desenvolvimento e a saúde do neném. E, atualmente, uma das atenções está centrada no sangue do cordão umbilical, uma rica fonte de células-tronco.

O que faz das células-tronco tão especiais para a medicina é a capacidade que elas possuem de se multiplicar e se diferenciar em diversos tecidos, podendo ser encontradas em todo o corpo humano. No entanto, a ampla disponibilidade e a facilidade em obtê-las a partir do sangue do cordão umbilical chamou a atenção dos estudiosos em terapia celular.

A terapia celular consiste no tratamento de doenças através do uso de céulas, seja repovoando o organismo do paciente com novas células, como nos casos das transfusões de sangue, seja substituindo células doentes, como nos casos de transplantes de medula-óssea ou até regenerando células doentes na chamada medicina regenerativa. As células-tronco do sangue do cordão umbilical são esperança de tratamentos em terapia celular tanto tanto nos casos de transplante de medula-óssea, cujos tratamentos já são realidade para mais de 80 doenças, quanto na medicina regenerativa, onde os tratamentos ainda estão em campo de estudo.

As doenças já tratadas através das células-tronco do sangue do cordão umbilical são de diversos tipos e estão agrupadas em leucemias, linfomas, falências de medula-óssea, imunodefiniências, doenças auto-imunes, entre várias outras. Mais de 30 mil pessoas em todo o mundo já passaram por tratamentos utilizando células-tronco do sangue do cordão umbilical, embora a grande maioria utiliza amostras doadas de outras pessoas. Entretanto, é cada vez mais comum o tratamento com essas células no contexto familiar, principalmente entre irmãos.

Já no campo da medicina regenerativa, diversos estudos em todo o mundo avaliam a eficácia das células-tronco do sangue do cordão umbilical no tratamento de doenças ainda incuráveis.

Segundo registros do Clinical Trials, banco de dados sobre estudos clínicos públicos e privados com participantes humanos realizados em todo o mundo, existem, atualmente, 517 estudos com células-tronco do cordão umbilical. Entre eles:

• Terapia para encefalopatia neonatal;
• Paralisia cerebral;
• Perinatal;
• Autismo;
• Síndrome de hipoplasia do lado esquerdo do coração;
• Lesão medular crônica;
• Doenças cardiovasculares periféricas;
• Doenças autoimunes, como lúpus, diabetes tipo 1 e esclerose sistêmica;
• Osteoartrites;
• Traumatismos;
• Acidente vascular cerebral (AVC);
• Hidrocefalia congênita;
• Parkinson;
• Esclerose múltipla;

A Cord Blood Registry, maior banco privado do mundo de congelamento de células-tronco do sangue do cordão umbilical, divulgou que 73% de suas aplicações com tais células são na área de medicina regenerativa e os outros 27% para transplantes.

Dentre as características que chamam atenção é que, por serem novas e vitais, sem interferência do meio ambiente, como estresse, remédios e infecções, elas são mais “inocentes” e, por isso, possuem uma maior chance de compatibilidade. Entre irmãos, a chance de compatibilidade das células-tronco do sangue do cordão são de 40%, enquanto que com as células encontradas na medula-óssea a chance é de apenas 25%.

E é por isso que as células-tronco presentes no sangue do cordão umbilical passaram a ganhar destaque mundial depois que foram descobertas, abrindo caminho para que empresas públicas e privadas se especializassem em sua preservação.

A saúde é uma das questões de maior atenção dos pais e familiares e a medicina avança a passos largos quando o assunto é prevenção, tratamentos e perspectivas com células-tronco.