De acordo com um estudo médico publicado em 2013 pelo National Institutes of Health, dos Estados Unidos, mais de 30 mil pessoas já foram tratadas com transplante de sangue do cordão umbilical(1).

Esse procedimento já faz parte dos protocolos de tratamentos a  pacientes com alguns tipos de cânceres e doenças do sangue há quase 30 anos.

O sangue do cordão umbilical carrega um diferencial: células-tronco formadoras de sangue que conseguem se multiplicar para substituir todo o sistema imunológico de um paciente. Raras, elas perfazem menos de um por cento das células no sangue do cordão – ainda assim, uma amostra dele contém milhões dessas células formadoras.

Depois de coletadas, as células do cordão umbilical são processadas, congeladas em um banco público ou privado. Esse banco é responsável por armazená-las adequadamente – a responsabilidade é grande, pois esta é a chave do processo. Ao serem requisitadas para a terapia, são descongeladas: ainda vivas, elas conseguem manter a capacidade de repovoar as células do sangue no corpo do paciente.

Uma dúvida muito comum de pais que decidem preservar as células de seus bebês é a de por quanto tempo elas podem ser assim mantidas, até serem descongeladas.

As células do cordão umbilical podem ser mantidas congeladas por muitos anos.A qualidade do processo de armazenamento impacta diretamente na manutenção da viabilidade dessas células.

Cabe ao banco, garantir as condições ideais de preservação destas células e certificar-se  de que os tanques criogênicos usados para o  armazenamento deste material sejam constantemente mantidos a temperaturas baixíssimas (de até 196 ºC negativos). A competência da equipe do laboratório, responsável por descongelar o material, também é decisiva para a sobrevivência das células.

Até o momento, os cientistas afirmam que o maior tempo em que o sangue do cordão foi congelado e descongelado, mantendo sua viabilidade, foi de 23,5 anos(2). Isso não quer dizer que elas só possam ficar viáveis por esse período, mas sim que esse é o maior período de teste já realizado.

Ainda, o maior intervalo em que células de sangue do cordão umbilical congeladas foram transplantadas em um paciente foi de 14 anos(3).

O tempo de manutenção da viabilidade das células tronco do sangue de cordão umbilical é muito relevante se analisarmos que o maior número de doenças a serem tratadas ainda estão no campo de pesquisa. Quanto mais tempo puderem ser mantidas, maior a chance de utilização pelas famílias que optaram pela sua manutenção.

(1)Ballen, K.K., Gluckman, E., and Broxmeyer, H.E. 2013. Umbilical Cord Blood Transplantation – the first 25 years and beyond. Blood. 122:491-498. PubMed: PMC3952633.

(2)Broxmeyer, H.E., Lee, M-R, Hangoc, G., Cooper, S., Prasain, N., Kim, Y-J, Mallett, C., Ye, Z., Witting, S., Cornetta, K., Cheng, L., and Yoder, M.C. 2011. Hematopoietic stem/progenitor cells, generation of induced pluripotent stem cells, and isolation of endothelial progenitors from 21- to 23.5-year cryopreserved cord blood. Blood. 117:4773-4777. PubMed: PMC3100689

(3) pers. comm., Dr. P. Rubinstein. http://www.smartcells.com/blog/2014/09/01/long-can-cord-blood-stored/