O papel da família durante a gestação

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Muitas vezes a família não faz ideia de quão importante é seu apoio durante o período gestacional de uma mulher. Então, vale lembrar que é no seio familiar que a gestante encontra equilíbrio emocional para passar os nove meses da gravidez. “Os familiares precisam apoiar a decisão do casal, sem questionar ou despotencializar o que foi decidido”, aconselha a psicóloga especialista em psicologia perinatal, Bianca Martins.

Com a grande redução no número de filhos por família (média de 2,2), tornou-se praticamente uma obrigação o sucesso na gravidez. Quando uma mulher engravida, o filho precisa nascer e qualquer experiência negativa vivenciada pelo casal durante a gestação é vista como fracasso pela família, mesmo que inconscientemente. E como a sociedade não permite fracassos, a responsabilidade do casal aumenta.

“Uma mulher em idade fértil no Brasil tem em média dois filhos. Então, espera-se que esses filhos nasçam saudáveis. Só que há 30 ou 40 anos a média de natalidade era de 5 a 6 filhos, aumentando as possibilidades de sucesso. Hoje, a pressão familiar é maior para que uma única gravidez seja bem sucedida”, lembra a psicóloga.

Muitas vezes, a família fica bastante ansiosa, acreditando que todas as intervenções são possíveis para se obter sucesso, e acaba se esquecendo de que precisa estar coesa com o desejo da mulher. Do contrário, qualquer conselho mal colocado pode descapacitar a gestante ou incapacitá-la no momento do parto.

Muitas vezes tentar um parto normal pode parecer que o bebê estará em risco. “Existem algumas construções sociais fantasiosas a respeito disso e deve-se tomar muito cuidado ao formar uma opinião a respeito do assunto, pois existem individualidades e particularidades que devem ser levadas em conta”, alerta Bianca Martins.

Outro aspecto a ser considerado é que a mulher foi para o mercado de trabalho, foi demandada em outras áreas características do sexo masculino. “Hoje, a única diferença entre homem e mulher é gestar e parir, o resto é feito em pé de igualdade. Com isso, a família acaba fazendo coro com a sociedade e destituindo a mulher de sua tarefa de parir. É quando pode acabar atrapalhando. Por isso, é importante que todos os familiares também sejam preparados no pré-natal”, alerta.

As formas de nascer vão mudando de acordo com os tempos. Há 60 anos, se paria em casa. Hoje, vai-se ao hospital e o parto domiciliar é incipiente. O fato é que as famílias precisam acompanhar esse processo, se adaptar à realidade e apoiar incondicionalmente a decisão do casal durante a gravidez.

 

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