A criopreservação, ou congelamento de células-tronco do sangue do cordão umbilical, teve início em 1989, nos EUA, e em 2001, no Brasil. Ainda hoje é um assunto pouco discutido por aqui, mas está começando a aparecer com mais frequência.

Existem muitos livros e manuais para ajudar os novos pais, mas quando o assunto é saúde não existe nada que substitua a opinião de um médico especialista.Selecionamos breves explicações sobre os tópicos que mais geram dúvidas aos futuros papais.

O que é criopreservação?

O processo de criopreservação consiste em armazenar as células-tronco do sangue do cordão umbilical em temperaturas ultra baixas (entre -180 a -196oC) de forma que suas atividades metabólicas fiquem neutralizadas e elas preservem suas funções biológicas por longos períodos. As células não envelhecem enquanto estão criopreservadas.

Para que serve a criopreservação das células-­tronco do sangue do cordão umbilical?

As células-tronco do sangue do cordão umbilical já são utilizadas em tratamentos desde 1993 através dos transplantes de medula-óssea. Há diversos experimentos clínicos para tratamentos de doenças ainda incuráveis através de terapias com células-tronco do sangue do cordão umbilical.

Em que momento é feita a coleta?

A coleta do sangue do cordão umbilical é realizada no momento do nascimento do bebê. Após o corte do cordão umbilical, o profissional de saúde responsável pelo procedimento coleta o sangue usando uma bolsa de armazenamento específica para esse fim. Em que situações a coleta não pode ser realizada?

A RDC 56 de 2010, que normatiza esse serviço, exige que não sejam realizadas coletas quando há sofrimento fetal grave no momento do parto, gestante com presença de infecção no momento do parto ou portadora de doenças que possam interferir na vitalidade placentária.

Após a coleta, o que é feito com o material coletado?

A bolsa, contendo o material retirado do cordão umbilical, é mantida em recipiente térmico com temperatura entre 4 e 24 ºC. O recipiente é lacrado ainda no local do parto para garantir a inviolabilidade do material até a chegada ao laboratório de processamento em até 36 horas.

Quando o sangue chega ao laboratório é centrifugado para que haja a separação da parte rica em células-tronco, denominada de buffy coat, que em seguida é transferida para uma bolsa apropriada para suportar temperaturas ultrabaixas. Todo esse processo ocorre de forma automática, através de equipamentos de última geração com pouca intervenção humana.

São adicionados ainda elementos químicos crioprotetores que propiciarão a segurança das células durante a fase de congelamento e o período que permanecerão criopreservadas. A bolsa é então congelada até -90ºC em aproximadamente 1 hora. A amostra congelada vai para os tanques de criopreservação, onde permanece em temperaturas entre -180 e -196 ºC.

A coleta pode prejudicar a mãe e o bebê?

A coleta não é prejudicial,é totalmente indolor e não apresenta riscos tanto para mãe quanto para o bebê.

Quanto custa a contratação de um banco privado de criopreservação?

O investimento no primeiro ano é de aproximadamente R$3mil, o que inclui os custos de coleta, transporte, processamento e o primeiro ano de criopreservação do material. A partir do primeiro aniversário do contrato, os pais passam a pagar uma taxa anual de R$625,00. Se trouxermos a valor presente todo investimento no serviço durante os primeiros 18 anos de contrato, encontra-se aproximadamente o valor de R$ 9.000,00.

A coleta pode ser feita em todos os tipos de parto?

A coleta pode ser realizada em qualquer tipo de parto. Não existem restrições quanto à forma escolhida pelos pais. Você ainda tem alguns meses para tomar essa decisão e com certeza ela é parte de uma série de outras importantes decisões sobre o futuro do seu filho.

Procure tirar as dúvidas sempre e converse com algum profissional especializado, nada melhor do que uma boa conversa para gerar confiança e ajudar na opção mais adequada.