Estudo avalia eficácia das células-tronco do sangue de cordão umbilical em crianças com isquemia cerebral
O sangue de cordão umbilical é uma rica fonte de células-tronco capazes de se diferenciarem em diversos tecidos do organismo, incluindo a diferenciação em células com características de neurônios, oligodendrócitos, astrócitos e outros componentes do tecido nervoso. Além dos estudos in vitro, modelos animais de hipóxia cerebral foram utilizados para avaliar o potencial dessas células em regenerar o tecido após uma lesão.
Os resultados demonstraram que nos animais onde haviam sido injetadas, as células-tronco do sangue de cordão umbilical induziram uma melhora significativa, tanto em relação aos aspectos anatômicos (recuperação de alguns movimentos) quanto às características comportamentais dos animais.
A partir da observação desses resultados, pesquisadores da Universidade de Duke iniciaram, em 2009, um estudo que buscou avaliar a eficácia das células do sangue de cordão umbilical em crianças com isquemia cerebral. Um total de 23 crianças foram admitidas no estudo e tiveram o sangue de cordão umbilical coletado. Esse material foi processado e as células infundidas em um curto período de tempo.
Os resultados obtidos demonstraram a segurança da técnica utilizada: nenhum dos pacientes que recebeu as células faleceu, enquanto 13% dos pacientes incluídos no grupo controle do estudo vieram a óbito. Além disso, as análises realizadas um ano após a infusão das células demonstraram que 41% dos pacientes obtiveram melhoras significativas nos critérios avaliados pelo estudo, que incluem a fala e o desenvolvimento motor e das funções cognitivas.
O estudo, publicado no periódico científico Journal of Pediatrics, relata ainda que os resultados obtidos são preliminares, mas dão valoroso suporte científico ao avanço das pesquisas na área e ao desenvolvimento de novos estudos, pois os dados apontam para a segurança do método, mesmo em recém-nascidos, além de comprovarem que a infusão das células de sangue de cordão umbilical melhoram o prognóstico dos pacientes, quando comparados com um grupo controle.
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