Pode sim valer a pena congelar as células-tronco do sangue de cordão umbilical do seu bebê em bancos privados

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Quase 4 milhões de famílias em todo o mundo e mais de 100 mil no Brasil já guardaram as células-tronco do sangue de cordão umbilical de seu bebê como forma de prevenção para possíveis tratamentos de saúde. Mais de 1.100 pessoas foram tratadas, sendo aproximadamente metade delas em casos de transplante de medula-óssea e outra metade em experimentos clínicos. Porém esse tema ainda traz sempre debates inflamados entre os que defendem e os que atacam a prática. Um post de outubro do ano passado no blog  “Ser mãe é padecer na internet” expressa com contundência uma abordagem “anti-bancos de cordão umbilical”, onde logo no título se classifica tal prática como “golpe”.  Em contra-ataque, vimos também alguns atacarem pesquisadores que supostamente seriam contra a prática. Não é por aí.

Para o Criobanco (e também para outras empresas do setor) é muito válido que os debates ocorram, desde que ao final as famílias que estão no meio do bombardeio possam tomar decisões conscientes, seja pela contratação ou não. Excessos, inverdades e vieses de pensamento existem em ambos os lados e cabe a nós, envolvidos diretamente no serviço, sejamos pesquisadores, médicos ou empresas de criopreservação, deixar sobressair a serenidade e a imparcialidade perante os fatos.

Pensando nisso, fundamos a ABBCT, Associação Brasileira de Bancos de Células-tronco, que congrega grande parte das empresas do setor. O principal papel da ABBCT será promover a auto-regulação da propaganda e dos materiais de divulgação, sejam folderes, sites, vídeos, enfim, toda forma de promoção do serviço pelas empresas integrantes. Na associação foi formado um comitê de ética, independente e composto por 3 pesquisadores de destaque em células-tronco, como Lygia Pereira da Veiga, Primavera Borelli e Gilberto Lopes. Cabe a esse comitê avaliar todos os materiais e exigir alterações de informações que sejam falsas, não totalmente verdadeiras ou que possam gerar duplas interpretações. O que for divulgado, deve passar pelo crivo do comitê de ética.

Mas, se disponibilizamos esse serviço em nossa carteira, é porque acreditamos nele. Acreditamos sim que essa decisão pode valer a pena para os pais, desde que tenha sido tomada conscientemente. Vamos a alguns fatos que justificam a decisão de contratar:

1º) Células-tronco do sangue de cordão umbilical não são usadas somente para tratar leucemias. São mais de 80 doenças já são tratadas e somente no Criobanco duas amostras já foram descongeladas para tratamentos com sucesso entre irmãos.

2º) De cada 7 mil amostras armazenadas em bancos privados em todo o mundo, uma já foi utilizada em tratamentos no âmbito familiar.

3º) Segundo Centro Internacional de Pesquisa em Sangue e Medula (CIBMTR), uma a cada 400 pessoas deverá utilizar suas próprias células-tronco hematopoiéticas (como as do sangue de cordão umbilical) até seus 70 anos de idade.

4º) No portal de pesquisas do governo dos Estados Unidos (clinicaltrials.gov) constam 161 ensaios clínicos para tratamento de doenças como paralisia cerebral, doenças auto-imunes e cardiovasculares, através de células-tronco de sangue de cordão umbilical.

5º) Sim, existe o banco público, mas nesse caso não há garantia de que haverá material compatível no caso de um tratamento através de medula-óssea ou mesmo de novos tratamentos que deverão surgir. Por isto, ter este material criopreservado pode ser uma grande vantagem mesmo porque a probabilidade de compatibilidade entre irmãos chega a 50%.

6º) Pessoas que decidem doar para bancos públicos precisam estar cientes que o serviço é limitado há algumas maternidades conveniadas (normalmente públicas) e que a cobertura é em apenas algumas cidades brasileiras. Nota-se que, embora sem custo, o volume de coleta na rede pública é bastante inferior aos bancos privados. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer cerca de 20 mil amostras estão criopreservadas na rede Brasilcord. Na rede privada o número é 5 vezes maior.

Não apoiamos que famílias façam aventuras financeiras para contar com o serviço salvo em casos de presença de doença que possa ser tratada com o material. Mas achamos muito pertinente que o assunto seja levado a sério por todas as famílias e que seja analisada a possibilidade de contratar, considerando-se todos os pontos acima mencionados. Uma matéria recentemente veiculada no jornal nacional, embora breve, pode ajudar os pais nesse complexo processo de decisão. Clique AQUI.

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