Nascidos para salvar

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Existe limite para o empenho de pais em busca da cura para um filho doente? Até onde esse esforço pode chegar e quem pode julgá-los por suas decisões? Esses questionamentos, que abriram uma reportagem especial publicada no site da revista Istoé recentemente, colocaram em debate um assunto extremamente delicado, mas pertinente: pais que têm mais um filho para tentar a cura de outro.

Ainda no primeiro parágrafo, a reportagem apresenta o casal Jênyce e Eduardo, pais de Maria Vitória, uma menina de 3 anos que sofre de uma rara doença no sangue: a Talassemia Major. Sua medula óssea produz glóbulos vermelhos menores e com menos hemoglobina, dificultando o transporte de oxigênio para o organismo. A enfermidade, que pode levar à morte, é tratada com transfusões de sangue de três em três semanas e doses diárias de quelante de ferro.

A rotina de cuidados, porém, pode ser mudada se for feito um transplante de medula óssea. O problema é que Maria Vitória é filha única e seus pais não são compatíveis. Diante do diagnóstico e, especialmente, das inúmeras doenças até então incuráveis que ganharam novas perspectivas com o uso de células-tronco do sangue do cordão umbilical, o casal tomou uma importante decisão: ter um outro filho.

O objetivo é extrair as células-tronco do cordão umbilical e implantá-las em Maria Vitória para que construam uma nova medula na menina. Para aumentar a chance de dar certo, o casal optou pela criação do embrião em laboratório, para que seja possível escolher os embriões compatíveis e livres da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, será a primeira vez no País que a criação de embrião completamente compatível ocorrerá.

A matéria traz ainda outras histórias de pais que tiveram mais um bebê para salvar um irmão, como a de Mônica Mendonça, que, em 1994, percebendo que a filha Isabella piorava a cada dia da leucemia, resolveu aumentar a família, mesmo já tendo três filhos. Bárbara nasceu em 1995 e o transplante das células-tronco do cordão foi realizado com sucesso.

No mesmo ano nascia Gabriela, gerada por Margareth para salvar o irmão Guilherme, que também tinha leucemia. No fim das contas, as células coletadas não precisaram ser usadas no irmão, curado pouco antes do nascimento da menina. O cordão permaneceu congelado e foi usado pela própria Gabriela, em 1998, no que foi o primeiro transplante autólogo de cordão umbilical do mundo. Ou seja, em que o doador foi o próprio paciente. Ela teve um neuroblastoma, um tumor infantil também passível de ser tratado com as células do cordão, e se curou.

Esses são apenas alguns dos milhares de casos já registrados em todo o mundo do uso de células-tronco de sangue do cordão umbilical no tratamento de doenças. Uma área de estudo tão desafiadora quanto promissora. Acreditar nas perspectivas da medicina é acreditar na esperança de um futuro com maiores possibilidades. E é esse propósito que une tantos pais e mães, seja para salvar a vida de um filho que passa por um problema de saúde, seja pensando na saúde de um filho lá na frente.

Leia a matéria publicada pela revista Istoé em http://bit.ly/nascidos-para-salvar.

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