“Eu disse que faria de tudo para me curar e assim o fiz”

História de Vida. Foto Marcelo Prest - A Gazeta
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“Tudo começou em outubro de 2014, quando descobri que estava grávida de dois meses, mas no mês seguinte perdi o bebê. Em dezembro, ainda me recuperando da situação, comecei a sentir mal-estar e a apresentar febre. Na época, desconfiei que se tratasse de infecção urinária e fui ao médico. O meu diagnóstico estava certo, mas, por se tratar da minha quarta crise de infecção urinária no ano, foi necessário que eu me internasse para receber antibiótico diretamente na veia. Durante a internação, outros sintomas começaram a surgir: trombose nos dois braços e em uma perna, indisposição e febre sem motivo aparente, pois a infecção estava controlada. A médica que estava me atendendo desconfiou das alterações do meu exame de sangue e chamou o hematologista Dr. Andre Marinato, que solicitou novos testes. Em 25 de dezembro saiu o meu diagnóstico: leucemia nas células T, uma variação da doença que avança rapidamente. Com a notícia, iniciei uma série de internações para receber a quimioterapia e as transfusões de sangue e plaquetas no Criobanco. Porém, logo no início, apresentei uma reação inesperada ao medicamento e entrei em quadro de infecção generalizada. Resultado: 14 dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Após me recuperar, iniciei o segundo dos oito ciclos de quimioterapia, realizados entre dezembro de 2014 e julho de 2015. Ainda na quarta fase, o Dr. Andre percebeu que eu não estava reagindo bem ao tratamento e me falou da necessidade do transplante de medula óssea. Então, fui para o hospital Amaral Carvalho, em Jaú, São Paulo, referência nacional em tratamento de câncer. Lá, fiz todos os exames para avaliar a possível compatibilidade com a minha irmã Liz. Essa avaliação consiste em três etapas, mas a segunda já mostrava que ela era compatível. Na época, ela estava grávida e precisamos aguardar o parto e uma parte da amamentação para realizar o transplante. Em outubro de 2015, quando a minha sobrinha estava com quatro meses, o procedimento foi realizado. Depois disso, fiquei 104 dias no hospital de Jaú me recuperando.

O período pós-cirurgia é muito delicado, pois a imunidade do corpo pode chegar a zero. Noventa dias após o transplante, fiz novos exames e eu estava reagindo muito bem. Hoje, estou em período de remissão da doença e a minha rotina inclui ir a São Paulo uma vez por mês para fazer o acompanhamento e avaliar as rejeições – eu já apresentei três: no intestino, no estômago e na boca. Evito locais com grande aglomeração de pessoas, estou tomando medicamentos e não posso pegar sol. Agradeço o imenso apoio dos meus pais e amigos ao longo dessa trajetória, que traziam sempre uma mensagem de apoio e, inclusive, comandaram uma campanha de doação de sangue e plaquetas para o meu tratamento. Quando recebi o diagnóstico, fiquei bastante assustada, mas precisei me mostrar forte para tranquilizá-los. Não imaginava que essa caminhada seria tão difícil, e me apegar a Deus foi fundamental. Eu disse que faria de tudo para me curar e assim o fiz. Agradeço também à equipe do Criobanco, que cuidou de mim com muito carinho”.

Lais Resende Costa é professora e tem 28 anos. Está em período de remissão de uma leucemia. Ela é paciente do Criobanco, onde passou pelo serviço de medicina transfusional.

Acompanhe o tratamento dela na fanpage Todos Pela Lais: https://www.facebook.com/Todos-pela-Lais-1620391904850571/?fref=ts.

 

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