Cuidados com a alimentação do bebê até o oitavo mês de vida

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Enquanto ainda está barriga, ao longo dos nove meses de gestação, o bebê se desenvolve a partir da alimentação da mãe. Mas, ao nascer, sua fonte de nutrientes muda completamente. Por isso, muitos pais têm dúvidas sobre o período certo da amamentação e como inserir novos alimentos à dieta da criança, principalmente nos primeiros seis meses de vida.

Segundo a enfermeira obstétrica especialista em saúde da mulher e aleitamento materno da Carelink, Denise Figueiredo, após o nascimento, o primeiro alimento do bebê é o colostro, leite produzido pela mãe antes do leite propriamente dito. Seu papel é superimportante para os primeiros dias de vida do recém-nascido, pois é rico em imunoglobulinas, sendo considerado a primeira “vacina”.

“Trata-se de um líquido nutricionalmente adaptado às necessidades da criança, muito rico em proteínas, água e gorduras essenciais. Possui também os prebióticos, tipo de carboidrato que estimula o crescimento de bactérias benéficas no organismo e colabora para a prevenção de doenças alérgicas e infecções.  Além disso, o colostro auxilia e educa o aparelho digestivo do bebê a funcionar”, explica.

A partir de então, entra em cena o leite de transição, produzido pela mãe após os primeiros dias seguidos do parto. Ele conta com uma composição intermediária entre o colostro e o leite maduro, que começa a ser desenvolvido cerca de 15 dias após o nascimento e caracteriza-se por ser feito em maior quantidade para que o bebê cresça e ganhe peso.

Aleitamento materno

Para Denise, ao longo dos primeiros seis meses de vida, o ideal é que o único alimento do bebê seja o leite materno, pois ele atende às suas primeiras necessidades nutricionais e energéticas, corresponde à necessidade inicial do funcionamento de seu aparelho digestivo e contribui significativamente para a imunidade e o raciocínio do recém-nascido. Ainda segundo a especialista, nessa fase não há indicação para receber nem mesmo outro tipo de hidratação, como água, pois o leite materno já hidrata o bebê de forma adequada.

“Vale lembrar que em alguns casos a mãe não consegue manter a amamentação exclusiva, sendo recomendável buscar com o pediatra a indicação da melhor fórmula para essa complementação ou substituição do leite materno, geralmente feita a partir de leites em pó específicos para a idade da criança. Mas, lembre-se: a introdução de novos alimentos deve ser realizada de forma lenta e sempre sob a vigilância do pediatra”, comenta.

Além disso, o leite materno ajuda a promover a socialização e proporcionar momentos de afetividade entre a criança e a mãe, benefícios que repercutirão ao longo de toda a sua vida.

Adaptação

Mesmo que o leite materno pareça algo tão natural e espontâneo, assim como em tantos outros aspectos, o corpo do bebê precisa se acostumar com essa nova fonte de nutrição, uma vez que antes disso sua alimentação era feita apenas através do cordão umbilical ou pela deglutição do líquido amniótico.

“Por conta dessa adaptação, o bebê pode sofrer com cólicas, diarreias, enjoos e até mesmo vômitos, deixando os pais preocupados. Mas esses sintomas são normais e fazem parte desse momento de ‘aprendizagem’ do organismo da criança. Justamente por isso é de fundamental importância que a diversificação dos alimentos da dieta da criança não ocorra antes do sexto mês de vida”, reforça.

Introduzindo novos alimentos

A partir do sexto mês a dieta do bebê pode começar a ser incrementada. Nessa fase é possível iniciar gradualmente a introdução de novos alimentos, como frutas e sucos naturais, mas, de preferência, sem descontinuar o aleitamento.

“Frutas mais adocicadas e menos ácidas, como a banana e a laranja-lima, são as mais adequadas para o bebê nessa faixa etária. Já os sucos de frutas devem ser naturais, ou seja, apenas a fruta batida com água filtrada, e sem adição de açúcares ou adoçantes. Quem preferir, pode oferecer a fruta in natura, amassadinha e com colher”, explica Denise.

A introdução de alimentos salgados também deve ser iniciada gradativamente nessa fase, após a aceitação das primeiras frutas. Ocorre geralmente a partir do sétimo mês. No início, é normal que a criança estranhe ou rejeite esses novos alimentos. Trata-se de um processo lento e natural, cabendo aos pais paciência e persistência.

Para facilitar esse trabalho e possibilitar a maior aceitação do bebê, vale aliar os momentos de alimentação a experiências prazerosas para a criança, como trocas de carinho e demonstrações de afeto dos pais.

O que evitar

Muitas vezes os pais acrescentam à dieta da criança alimentos que parecem inofensivos, mas que não devem ser consumidos nos primeiros meses de vida.  Devem ser evitados, pelo menos até o 12º mês, por exemplo, os sucos industrializados, devido aos ingredientes e demais conservantes. Evite também o mel, a farinha de trigo, a clara do ovo, refrigerantes, doces em geral, balas, chocolate, sorvetes, biscoitos recheados, salgadinhos, enlatados, embutidos (salsicha, linguiça, mortadela e presunto), frituras, café, chá mate e chá preto.

Esses alimentos são ricos em gorduras, açúcar, conservantes ou corantes e podem comprometer o crescimento e desenvolvimento da criança, além de aumentarem o risco de doenças como alergias, obesidade e carências de vitaminas e minerais. Caso os pais tenham dúvidas sobre o consumo de algum desses itens, pode consultar o pediatra responsável. O importante é ter em mente a importância da alimentação saudável e balanceada para o desenvolvimento correto da criança.

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