Criopreservação: por quanto tempo as células podem ficar congeladas?

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Em outubro de 1988, a medicina dava um importante passo no uso de células-tronco para o tratamento de doenças, com a realização do primeiro transplante a partir do sangue do cordão umbilical. O procedimento, conduzido pela doutora Eliane Gluckman, no Hospital Saint-Louis, em Paris, na França, tratou com sucesso um paciente com anemia de Fanconi, doença rara de origem genética, a partir de células da própria irmã.

Desde então, o sangue de cordão umbilical se consolidou como uma importante e rica fonte de células-tronco hematopoiéticas – capazes de se multiplicar e diferenciar em diversos tipos de células do corpo –, ao passo que o processo de criopreservação se tornou essencial para a preservação e utilização desse material biológico em tratamentos de saúde.

Hoje, 27 anos após o primeiro transplante, sabe-se que, após coletadas e processadas, essas células podem permanecer armazenadas em bancos, seja públicos, seja privados, durante anos, até seu possível e necessário descongelamento. Porém, uma dúvida ainda paira na mente dos pais: por quanto tempo, de fato, elas podem ser guardadas sem perder sua viabilidade?

Um estudo realizado em 2011 concluiu que, após 23 anos armazenadas, as células-tronco do sangue do cordão umbilical apresentaram uma viabilidade superior a 80% e a mesma capacidade funcional das células recém-colhidas. Isso não significa que elas só possam ser armazenadas por esse tempo sem prejuízos para a utilização, e sim que esse é o maior período de teste já realizado.

Vale ressaltar que a criopreservação é um trabalho que envolve muita responsabilidade e a chave para o sucesso está na qualidade do processo de armazenamento, que impacta diretamente na manutenção da viabilidade das células-tronco. Por isso, cabe ao banco garantir as condições ideais para coleta e preservação do material, por meio da manutenção constante dos tanques de armazenamento.

Outro ponto fundamental nesse processo envolve a competência da equipe do laboratório responsável pelo descongelamento da amostra quando houver a necessidade de utilização em tratamentos, que também é decisiva para a sobrevivência das células.

Em suma, o fato é que os profissionais da área ainda podem levar algum tempo para definir o tempo “máximo” de armazenamento de células-tronco sem perda de viabilidade, e que essa definição dependerá do avanço dos estudos; dos testes, clínicos e experimentais; e das novas descobertas e resultados da área, que, inegavelmente, são bastante promissoras.

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